Você Na Sampa: Carnavalesco do Vai-Vai, Chico Spinoza relata sua trajetória no Carnaval de SP e do Rio

Foto: Acervo pessoal

Em um papo gostoso, Francisco Carlos Soares Spinosa, o querido Chico Spinosa, conta sobre sua trajetória no Carnaval e o que planeja para os próximos anos.

Detentor dos títulos como “Paulicéia Desvairada – 70 anos de Modernismo” (Estácio de Sá – 1992) no Rio, “Banzai! Vai-Vai” (Vai-Vai – 1998), “Nostradamus” (Vai-Vai – 1999), “Vai-Vai Acorda Brasil, a saída é ter esperança” (Vai-Vai – 2008), “Vai-Vai de Corpo e Álamo” (Vai-Vai 2020) em São Paulo, além de outros grandiosos carnavais, sua entrada no Carnaval se deu no ano de 1987, a convite do amigo Mario Monteiro, que o chamou para uma nova experiência: “Fazer Carnaval”. Chico achou o convite interessante para a época, apesar de se questionar sobre seu potencial para tal. Para a sorte de todos, aceitou o desafio se tornou essa figura relevante para o Carnaval.

A estreia aconteceu no Salgueiro, com enredo “Em busca do Ouro”, que foi para avenida em 1988, e como figurinista conquistou o “Estandarte de Ouro” pelo desenho da Ala das Baianas.

Sua trajetória profissional, inicialmente foi traçada pela televisão, teatro, cinema e quando adentrou ao samba ficou encantado com a possibilidade de fazer o macro, de fazer o grandioso e é assim que ele considera o Carnaval, uma “Ópera Popular de Rua”, que canta e encanta. A partir daí que descobriu que o samba tinha muito a ensinar e continuou sua carreira colecionando bons momentos até os dias de hoje.

Chico considera o ano de 1992 um grande marco na sua história carnavalesca, quando realizou o Carnaval da Estácio de Sá, com enredo “Paulicéia Desvairada”, trazendo um carnaval moderno, competitivo e contemporâneo, com enredo inesquecível. A partir desse Carnaval, relata que o mundo do samba lhe deu a independência para que pudesse aflorar e expor suas ideias e sua criatividade.

Outro momento importante, foi quando substituiu o carnavalesco da Mocidade Independente de Padre Miguel, com enredo “Doação de Órgãos para Transplante”. Em todos os lugares por onde passa, esse enredo é comentado pelas alegrias e dificuldades, sendo uma expressão única na sua vida profissional.

Quando indagado sobre a diferença entre o Carnaval do Rio de Janeiro e São Paulo tinha uma ideia que São Paulo respirava carnaval apenas nos meses próximos ao desfile, enquanto Rio de Janeiro respirava o carnaval o ano inteiro, mas hoje já pensa diferente, hoje reconhece que existe muita vivência no mundo do samba, de pessoas e escolas que pensam carnaval o ano inteiro. Flutuou muito bem nos dois universos, Rio e São Paulo, tendo um carinho enorme pelos dois carnavais.

Atualmente, Chico defende a Escola de Samba Vai-Vai, no Grupo Especial, e considera um prazer essa troca com a comunidade do Bixiga. No último Carnaval em 2020, trouxe a escola para o grupo especial, com um Carnaval pequeno, em cima dos regulamentos, mas muito bem elaborado, trazendo grande resultado.

Para este ano apresentará o enredo “Sankofa”, mostrando um carnaval criativo, bonito e também competitivo. Uma das suas crenças quando a escola cruza a linha amarela na avenida é “ter foco e concentração e pedir pelas bençãos de Deus”.

Este ano, Chico Spinosa assinou a cenografia da exposição sobre os 50 anos da carreira da “Rita Lee – Rainha do Rock, no MIS, Museu de Imagem e Som de São Paulo, e com isso, além de levar a exposição para o Rio de Janeiro e para fora do país, estuda possibilidades para 2023 levar essa exposição para avenida, para que todos recebam de braços abertos essa grande representante, grande ícone paulista e brasileira que é a Rita Lee.

Aos 70 anos, o seu maior desejo é poder deixar seu legado para novas gerações que estão por vir, com respeito por essa história, sempre enaltecendo a cultura do Carnaval.

Texto: Mariana Mello

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Redação Sampa