Samba, Suor e Saudade: Pepê conta sua trajetória no Carnaval e na música

Fátima Xavier, mais conhecida como Pepê. Foto: Acervo pessoal

Samba

Seu nome é Fátima Xavier, mas todos a chamam de Pepê. O apelido foi dado pois fazia backing vocal para um grupo de pagode chamado Dimensão (Pepê), porém, quando entrou na banda Soulpa, de Black Music 70/80, como era bem magrinha, a chamavam de PP (pois com 30 anos, vestia 16 e usava PP).

Pepê é filha e irmã de músicos, porém, ela e a música sempre tiveram um relacionamento complicado, pois, de acordo com ela, sempre observou os perrengues que seu pai passava, e não queria passar pelas mesmas situações. “Hoje, entendi que a música faz parte do meu DNA, que está no meu coração, e que, apesar dos altos e baixos, é algo que amo, e estou voltando a fazer parte dela, e ela, da minha vida”, conta.

Hoje, faz parte de um coletivo chamado Akoma, onde ela e a sua “parça”, Silvia Medeiros, são as cantoras. “Ano passado tive a honra de dar uma canja na feijoada da nossa quadra, cantando com o grupo Papum SP É Nois, e no show que o Ademir Fogaça fez, também na quadra, e foi uma delícia”, relata.

Pepê também é uma das coordenadoras da ala de passistas da Nenê de Vila Matilde, tradicional escola de samba paulistana, que é a sua escola de coração. “Gratidão à minha escola e ao meu presidente, por acreditarem no meu talento. Toda a coordenação da escola, pelo carinho e apoio, e às minhas parceiras na coordenação da ala: Luciana Couto, Lisiane Correira, Atala Beliza e Andréia Silva”.

Suor

Quando era apenas componente, desfilava em, pelo menos, três agremiações todo ano, sendo que a Nenê era fixa e mudava as outras. “Poderia ser em qualquer grupo, nunca escolhia por status. Eu só queria aproveitar o samba, o Carnaval ao máximo, afinal, são só quatro dias”

Em 2019, Pepê conta que o ensaio técnico de duas das agremiações era na sequência. “Imagina, numa escola era passista, na outra, fazia parte de uma ala coreografada”, relata.

Pepê então montou a logística: desfilou como passista na primeira, seu irmão a esperou na dispersão, entrou no banheiro e gritou: “Meninas! Socorro! Tenho que voltar pra concentração agora!”, e pronto, em instantes estava com outro figurino, correndo descalça de volta a concentração. “Valeu a pena”, conta.

Saudade

Pepê afirma que sente saudades de quando era criança, e sua mãe a levava à Avenida Tiradentes para assistir aos desfiles das escolas de samba de São Paulo. A sambista conta que também sente falta dos bailes com marchinha. “Minha mãe fazia fantasias pra mim e era muito bom”, finaliza.

Acompanhe o trabalho de Pepê:

Instagram: @negapepe.2020

Texto: Jace Lucas

Edição: Victoria Vianna

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Artigo de

Redação Sampa