Mês da Consciência Negra – Aspectos culturais da alimentação

Mês da Consciência Negra – Aspectos culturais da alimentação. Foto: Divulgação/ Carol Gherardi

A influência africana na alimentação do brasileiro possui dois aspectos de evidência, o primeiro ligado ao modo de preparar e combinar os alimentos e o segundo relacionado à introdução de ingredientes na culinária brasileira. Juntamente com os portugueses e os indígenas, os negros ajudaram a fomentar hábitos e pratos que nasceram no Brasil Colônia e permanecem em nossa mesa até hoje.

Frutas como a melancia, a banana, o coco, e temperos como a pimenta malagueta chegaram ao Brasil vindos do continente africano. Preparações culinárias assadas, os caldos e a inclusão de frutas e vegetais como a couve, o quiabo e a taioba nas preparações das receitas, também são contribuições do povo africano.

Em termos de doces originalmente temos a rapadura, a garapa e o melado, posteriormente com a utilização mais frequente do açúcar deu-se origem aos doces brasileiros como o pé-de moleque, a cocada, a pamonha, a canjica, o mingau, as compotas e as frutas secas.

Experiências de muito sofrimento e a necessidade de sobrevivência fizeram com que os escravizados produzissem a iguaria símbolo da Cozinha Brasileira, apreciada por boa parte dos brasileiros e de fama internacional, que é a Feijoada. Além dela não podemos deixar de citar o Acarajé que está tão inserido na cultura baiana que foi tombado como patrimônio nacional pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e tem sua origem na religião de matriz africana, o Candomblé.

A lista é infinita, mas fica aqui este relato para dizer que muitas das preparações culinárias que fazem parte do nosso cardápio atual, guardam um patrimônio histórico e cultural, que marcaram a chegada de nossos ancestrais às terras brasileiras, que conseguiram imprimir em cada receita seu saber e sua luta por liberdade.

Texto: Dra. Dulce Carvalho – Nutricionista

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Redação Sampa