Nos anos que se seguiram, a Coração Azul e Rosa se consolidou entre as grandes da Paulicéia. Angélica, lado a lado com o pai, cresce também em conhecimento sobre a cultura do samba.
Mulher, chegou ao casamento, um amor relâmpago que, como surgiu, se foi, mas deixou uma linda menina desta relação. Angélica, ligada às religiões de matriz africana foi amparada pelo plano maior neste momento doloroso da vida, mas como mulher guerreira seguiu em frente cuidando do seu maior tesouro, a filha Geovana.
Basilino, um hábil político, buscou com sua influência benefícios para a Coração Azul e Rosa uma grande área na Ponte da Freguesia e ali, com muita luta e sacrifícios, além de apoio dos sambistas da Vila, construiu o maior complexo sambístico social da época, agora partiria para a grande meta de consolidar sua Escola, na busca de título máximo entre as principais de Sampa.
O visionário estava certo com a presença reforçada de um outro público a Coração, se agigantou e os títulos vieram. Os sambistas desceram o morro e além de se conquistar na cidade, a Escola começou a investir em shows durante o ano e muitos eventos pré-Carnaval, tendo uma arrecadação alta, que ajudava e muito na materialização dos desfiles. Foi a primeira Entidade de samba de Sampa a fazer shows em Portugal e Japão, além de várias partes do Brasil. Angélica, sempre ao lado do velho pai, na organização destes eventos e na preparação técnica dos desfiles.
Chega o ano 2000. São Paulo já mandava imagens de seus desfiles para o mundo através das telas da televisão e o Carnaval virou um grande negócio para a cidade. A Coração estava firme em sua proposta cultural e envolvida em muitos trabalhos sociais a favor da comunidade carente da Vila e da região onde se situava a grande quadra de samba.
Basilino, em 2003, fora acometido por um câncer, tendo que se ausentar da direção da Entidade. Angélica já preparada, assume o legado deixado pelo grande visionário.
Texto Ednei Mariano
Arte Dyego Santos
Julho 2022
