Asè Festival celebra cultura negra em 12 dias de programação gratuita

No Mês da Consciência Negra, primeira edição do evento traz 48 atividades online, entre apresentações artísticas de diversas linguagens, oficinas e série documental sobre Orixás e entidades, de 17 a 28 de novembro

Foto: Assessoria

Celebrando a ancestralidade negra, começa nesta quarta-feira, dia 17 de novembro, o Asè Festival Cultural, que em sua primeira edição acontece de forma 100% online e gratuita, no YouTube e no Instagram. Com a curadoria foi feita pela poeta Mayara Isis, pelo compositor Jeff Santanielo e a atriz e bailarina Andrea Capelli. A programação do festival conta com 12 dias de programação, envolvendo 48 atividades, entre apresentações artísticas, oficinas e exibição de uma série documental produzida especialmente para o projeto. Para acompanhar não é preciso fazer inscrição. 

Idealizado pelas artistas Jaqueline Cardoso e Beta Cunha, de São José do Rio Preto (SP), o evento nasce com a finalidade de visibilizar a cultura negra e indígena, mostrando suas pluralidades e potencialidades, além de difundir conhecimento sobre a religiosidade de matriz africana, buscando promover o intercâmbio entre grupos, artistas e mestres dessas tradições, pais e mães de santo. Além do Estado de São Paulo, há participantes de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e do Distrito Federal. 

Entre as atrações, a série documental “Orixás e Entidades, o Poder da Natureza”, em 12 episódios, tem como proposta fazer ecoar as vozes dos povos de religiões afro ameríndias, apresentando depoimentos de mestres e mestras de saberes do candomblé e umbanda, entre babalorixás, yalorixás, padrinhos e madrinhas de umbanda e ogãs. 

As outras atividades estão distribuídas entre cinco módulos. No módulo Ka Oriki (que no idioma yorubá significa ler textos), o público poderá conferir videopoemas produzidos por mulheres negras de diferentes gerações de São José do Rio Preto, trazendo textos autorais ou não. Com tradução em libras. 

Já em Kika Itan (lendo histórias em yorubá), contações de histórias africanas para públicos de todas as idades estão programadas. Abrindo a série, Indiara Tainan convida adultos, idosos e crianças para acompanhar uma história inspirada na lenda yorubá sobre a criação do mundo. 

O módulo Ikosilê (em yorubá, expressar-se), contempla apresentações artísticas de variadas linguagens. A primeira atração desse módulo é o show “Samba de Roda”, da ARCCA (Associação Refúgio Cultural Capoeira Angola), de São José do Rio Preto/SP, com influência do Samba de Roda Rural e do Samba de Caboclo. A apresentação possibilita ao público vivenciar a cultura do Samba de Roda com muita musicalidade afro-brasileira e expressão corporal.

A programação também conta com teatro, com trabalhos como o espetáculo “Meus Cabelos de Baobá”, com Fernanda Dias e Coletivo Malungo, do Rio de Janeiro. A história é inspirada no caráter cíclico das mitologias africanas e se desenvolve em torno da divindade Dandaluanda. A magia que emana da árvore de origem africana invade a cena e faz com que a mulher Dandaluanda, também alimentada pela sua ancestralidade, valorize sua identidade negra e se torne rainha. A direção é de Vilma Melo, com Fernanda Dias, Ana Paula Black e Beá no elenco. 

A comunidade LGBTQIA+ é contemplada dentro do módulo, e traz duas performances: “Guerreira – Clara Nunes”, da drag Wathuzi Cox, interpretada por Rogério Cunha, e “Resistir para Rexistir: Abre alas que queremos resistir”, com Dijhon, que une as vivências da negritude e LGBTQIA+, com o artista Jhonatan Luiz Pereira performando como drag queen a protagonista do romance “A rainha Ginga”, do angolano José Eduardo Agualusa. 

As artes plásticas se destacam na programação com o módulo Kikun Orisá (no yorubá, pintura de Orixá), que compreende bate-papo e exposição virtual com artistas plásticos Lili Caffé e Weslei S. Estácio, de São José do Rio Preto, e Valdeme Ribeiro dos Santos, de Viamão (RS), e mediação de Anna Claudia Magalhães. Os três artistas se expressam por meio de diferentes técnicas e materiais para exaltar o protagonismo do povo negro, sua ancestralidade e resistência. 

“O conceito primordial do Asè Festival Cultural é provocar para que diferentes linguagens artísticas possam visitar, dentro do seu lugar de fala, a cultura negra de origem afro e a indígena e o intercâmbio entre artistas e fazedores de cultura e mestres desses saberes”, consideram as idealizadoras do festival.

A programação será transmitida pelo YouTube e Instagram do evento: Serão quatro atrações por dia: 13h, 16h e 20h, no YouTube, e 14h30, no Instagram. 

SERVIÇO:

Asè Festival Cultural

17 a 28 de novembro.

Transmissão: 13h, 16h e 20h no YouTube e 14h30 no Instagram.

Não é necessário fazer inscrição para acompanhar a programação. 

Gratuito.

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Artigo de

Jéssica Souza