Samba, Suor e Saudade: Mestre Laion conta sua trajetória no Carnaval do Rio de Janeiro

Mestre Laion. Foto: Acervo Pessoal

Samba

Laion Jorge é mestre de bateria do Acadêmicos do Sossego, escola da Liga RJ da Série de Ouro do Carnaval carioca. Laion tem 29 anos e trabalha como promotor de vendas. No samba é mais um fanático por bateria, um bom ritmo, paradinhas, e apaixonado pelo Carnaval.

Nascido no bairro do Estácio de Sá, Laion teve sua estreia na escola mirim Sementes do Estácio com exatamente 5 anos de idade, desfilando em ala, e daí nunca mais parou. Em 1998 e 2000, também no Estácio, passou pela ala das crianças.

O primeiro contato de Laion com a bateria de escola de samba veio no ano de 2004, através de idas a sambas de quadra. Sendo assim, logo ingressou no projeto de percussão do mestre Bocão, no Arranco do Engenho de Dentro.

Laion também passou pela ala das crianças da agremiação e virou ritmista do mestre Capoeira em 2006, com mestre Ricardinho em 2007 e após foi vivendo e adquirindo aprendizados em outras baterias pelo Carnaval.

“Minha trajetória de mestre se iniciou no ano de 2010, na escola mirim Infantes do Lins, consagrando duas premiações como melhor bateria”, completa Laion.

Em 2011, estrou como diretor de bateria no Paraíso do Tuiuti, retornando em 2014. Na escola azul e amarela ficou até 2018, ainda como diretor.

Laion passou por mais escolas de samba, sendo diretor de bateria em 2017, 2018 e 2019 no Porto da Pedra e mestre de bateria do Acadêmicos da Abolição em 2014 e 2015.

Além disso, passou pelo Acadêmicos do Engenho da Rainha nos anos de 2016, 2017 e 2018. Em 2019, se integrou ao Acadêmicos do Sossego, onde está até os dias de hoje.

Suor

Uma história de sufoco que já passou para chegar aonde está agora:

“Sufoco a gente sempre vive para que um trabalho possa sair perfeito no dia oficial.
O trabalho precisa de dedicação e muita luta. Uma luta, no qual algumas escolas costumam viver, às vezes por não ter ou não repassarem uma estrutura positiva ao trabalho, você acaba passando por dificuldades até o dia oficial”, conta Laion.

E completa: “Vivi um sufoco que marcou minha trajetória de sonhos pelo Carnaval. Trabalhei durante toda a temporada de ensaios, eventos com a escola, feijoadas, e chegando ao Carnaval, um presidente, com tudo atrasado, insistindo e iludindo os nossos sonhos dizendo que daria tudo certo para o nosso desfile acontecer, sumiu momentos antes do início do desfile, não entregou às fantasia, não apareceu componentes, e só desfilou a bateria, o carro abre-alas, sem composição, e o pavilhão da escola, que foi composto por um integrante da harmonia. Resumindo, foi um ano perdido de trabalho!”.

Saudade

Neste espaço, o sambista conta qual é sua saudade: “Acho que a maior dor é a da perda do meu querido pai, que, por tristeza, veio a falecer no meu primeiro ano como mestre, bem dizer, dias antes do Carnaval, da minha estreia. Sem dúvidas, uma das minhas maiores saudades!”.

E o mestre de bateria do Acadêmicos do Sossego completa: “Gostaria de estar vivendo a cada momento juntamente a ele, até mesmo ele vindo ao meu lado nos desfiles. Gostaria também que ele pudesse ver o quanto venho batalhando e conquistando meu espaço. Porém, Deus sabe de tudo e de lá de cima ele segue me dando forças pra continuar nas batalhas”.

Por fim, o Laion faz alguns agradecimentos: “Gostaria de deixar todo o meu carinho a toda minha equipe de diretores de bateria e apoiadores dentro desse trabalho na bateira Swing da Batalha. Agradeço também ao presidente Hugo e toda a família Sossego pela confiança, à rainha de bateria, Malu Torres Brasil, e o rei de bateria, Juarez Souza”.

Acompanhe o trabalho de Laion Jorge:

Instagram: @mestrelaion

Texto: Jace Lucas

Edição: Victoria Vianna

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Artigo de

Redação Sampa