Primeira dama (parte 2)

ilustração porta-bandeira
Imagem Ilustrativa

A partir dos desfiles de 1968, foi criada uma cartilha para avaliar as entidades que o grande público conhece como “Quesitos”. Ao longo dos anos, eles foram se adaptando para a realidade do samba de São Paulo, a partir da oficialização da disputa pelo poder público, muitas entidades nasceram enquanto outras desapareceram, os cordões se tornaram escolas de samba e se moldaram a este novo modo de expressão.

Nosso quesito entrou com força nesta nova fase dos desfiles, os modelos de se apresentarem vieram com as damas das escolas remanescentes, dando mais galhardia e destaques a elas, com a função de ostentar e defender o pavilhão, com graça, elegância e beleza, currículo importante para quem os carregava.

Nas rodas de samba em suas comunidades, é reverenciada como uma rainha no desfile oficial, sua indumentária também vem do tempo do Brasil colonial, seu significado de uma rainha, hoje como redação no quesito, tanto da UESP, como da LIGA-SP

 Nos movimentos da sua dança está o minueto, dança francesa que se tornou moda no Brasil colonial, incorporadas das lutas nas antigas disputas, o giro frenético, no sentido horário e anti-horário.

Sua nobreza vem dos tempos imperiais em São Paulo, mas se incorporou por causa das festas negras, desde a época da escravidão, Rei e Rainha do Congo, Folia de Reis e Festa do Divino, pois nestas festas o pavilhão estava sempre presente e cultuado com devoção nas irmandades negras.

Hoje é figura central nos nossos desfiles, um cargo disputado entre as jovens nas escolas de samba, a partir de 2017, a UESP valoriza as mulheres e avalia sua função nos blocos carnavalescos como porta-estandarte, ela desliza pela pista ou quadra sozinha, mas com a mesma majestade que deve ter uma porta-bandeira, sua importância é gigante, e hoje ela é a verdadeira Primeira Dama da Entidade, pela dignidade a favor do Pavilhão.

Wesley /Diretor e Instrutor

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Artigo de

Redação Sampa