Capítulo 5 ─ Despedida

Arte: Dyego Santos/Foto da Arte: Acervo histórico de J.Muniz

Na segunda-feira de Carnaval, os jovens se encontraram à tarde, entre risos e comentários sobre as atividades da noite interior. As horas passaram rapidamente, Otávio e Elvira, ficaram com o grupo até o início da noite. Depois, o jovem foi para a casa da namorada, onde se banhou e se aprontou para mais uma noitada de festa, a qual seria o penúltimo dia de festividades monística.

Juntos com os amigos, resolveram trocar os salões para a folia de rua. Tiveram a oportunidade de irem atrás de diversos blocos até o início da madrugada.

Chegou a famosa terça-feira gorda de Carnaval, era o último dia de festa e os jovens estavam em polvorosa, afinal seria o término desta jornada festiva que havia começado na sexta-feira. O combinado era fechar este Carnaval no baile do Saldanha da Gama e assim foi feito. A noite mágica, onde se divertiram até altas horas da madrugada.

Otávio e Elvira não se largaram, estavam plenos e felizes. O jovem deixou sua amada em casa e se encaminhou com os primos para a Vila Mathias, terminando a noite em conversa animada nos bares do bairro operário. A despedida, pois Otávio voltaria logo na quarta-feira a tarde para São Paulo, antes comemoraram nas ruas do Macuco, mais uma vitória da X-9 Santista, que sagrou-se naquela tarde, a Campeã entre as escolas do grupo principal de Santos. Com este sentimento de vitória, foi arrumar as malas, pois voltaria a seus estudos logo na segunda-feira seguinte.

Antes de viajar para São Paulo, o casal se encontrou, trocaram carícias e marcaram para se verem posteriormente, já acertado o namoro, resultado de um grande Amor de Carnaval, este não terminaria na quarta-feira de cinzas.

A festa acabou, mas o amor entre ambos cresceu com naturalidade daqueles que se acharam através da convivência de muitas coisas em comum. Otávio e Elvira se falaram por telefone nos dias seguintes.

Nos finais de semana seguintes, os jovens se encontram regularmente, Otávio descia a serra ou Elvira subia para São Paulo, já que ela também tinha parentes que moravam na zona norte da capital paulista.

O mês de junho chegou, a noite estava fria e nublada na cidade de Santos. Elvira estava em sua última semana de provas na faculdade e se apressara para voltar para casa, dispensou a ida de seu pai já que pegaria uma carona com uma amiga. 

As meninas em conversa animada chegaram no Boqueirão, bairro da nossa protagonista, se despediram e Elvira se apressou em ingressar no seu prédio, quando escutou a voz de Otávio a chamando, tomou um grande susto, pois não esperava o namorado antes do final de semana. Com o coração disparado fez sinal para ele entrar, mas este só olhava para ela e não falava nada, então meio que assustada com a fisionomia triste do namorado insistiu para ele entrar, mas Otávio não falava nada, virou as costas e desapareceu em meio a névoa que caia na cidade. O porteiro do prédio ouviu Elvira falar em tom alto, logo chegou perto da moça, que contou o ocorrido, os dois foram até a rua, mas não viram ninguém além da forte neblina.

Elvira preocupada em entender o que estava acontecendo, voltou com o porteiro para o condomínio e subiu para o apartamento contando o ocorrido para os pais, acharam estranho a atitude do rapaz, ligaram para a casa dele em São Paulo, mas ninguém atendeu o telefone. Elvira lembrou-se que Otávio estava com um casaco dela na mão, que ela havia esquecido com ele na última vez que esteve em São Paulo.

Texto: Ednei Mariano

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Redação Sampa