Vacina contra a Covid-19 e procedimentos estéticos

25/1/2021 –

Reações registradas em pacientes que usaram preenchedores são leves, transitórias e não devem ser motivo de preocupação, esclarece dermatologista

Recentemente um relatório divulgado pela Food and Drug Administration (FDA), agência que regula medicamentos e alimentos nos Estados Unidos, alertou para possíveis reações adversas causadas pela vacina da Moderna contra a Covid-19 em pessoas que possuem aplicações de preenchimento labial ou facial.

O estudo envolveu 3000 voluntários e 3 deles apresentaram efeitos adversos depois de tomarem a vacina. Essas pessoas tinham se submetido aos procedimentos pouco antes da vacinação e apresentaram inchaço e inflamação, o que foi corrigido com o uso de anti-inflamatórios a curto prazo.

“Esses sintomas não são uma exclusividade das vacinas contra o coronavírus. E costumam ser causados também por outros medicamentos, imunizantes ou gatilhos externos”, explica a Dermatologista Valéria Campos, que teve acesso ao estudo da FDA.

Segundo a médica, é Importante lembrar que os preenchedores faciais são muito usados no mundo todo e podem ser temporários ou permanentes. “Como exemplo temos o silicone, o polimetilmetacrilato, a hidroxiapatita de cálcio, entre outros. Todos esses têm risco maior de reações tardias, do tipo corpo estranho”.

Entre os biodegradáveis está o ácido hialurônico, que é o mais usado atualmente. Esse componente é encontrado em abundância no organismo, o que diminui o risco de reações alérgicas. Entretanto, o paciente não está livre de complicações, que podem ocorrer imediatamente após a aplicação ou aparecer em até 2 semanas após o procedimento, ou a longo prazo, ocorrendo anos depois”, explica Valéria, que afirma também que “está muito cedo para dizer se o efeito é um caso de ETIP (edema tardio intermitente persistente), já que os quadros regrediram após o uso de anti-inflamatórios e os relatos mostram que os processos foram leves e temporários, ninguém precisou ser hospitalizado e não houve nenhum caso de choque anafilático”.

É importante entender que a toxina botulínica é um neuromodulador usado na forma injetável para relaxar os músculos, e não houve relação entre a vacinação e a toxina, diferente dos preenchimentos dérmicos, usados para preencher linhas finas e rugas e remodelar a aparência. “Já os bioestimuladores são substâncias que, quando injetadas na pele, estimulam o nosso organismo a produzir colágeno. Seu mecanismo de ação consiste na estimulação dos fibroblastos, células responsáveis pela síntese do colágeno, em resposta a uma inflamação tecidual subclínica. A produção de colágeno se inicia cerca de dez dias após a aplicação. O tratamento é normalmente seguro, pois a substância aplicada na pele é biocompatível e biodegradável e, após alguns meses, é totalmente degradada e eliminada do organismo, permanecendo no local apenas o colágeno que foi sintetizado e ainda não existem relatos de efeitos colaterais com esse tipo de produto”, pondera.

A pergunta que não quer calar é: qual é o tratamento seguro para quem planeja se vacinar contra a Covid-19? “Depende do tipo do preenchimento, o ácido hialurônico tem menor risco, e a data do procedimento também é importante. Um outro ponto a ser verificado é o histórico do paciente sobre alergias ou reações adversas. Uma dica é verificar com seu dermatologista o período de duração e que tipo de preenchimento foi aplicado. Certifique-se de receber o certificado do produto injetado, ou pelo menos fotografar a embalagem do produto. Outras opções disponíveis, e sem contraindicações, são os tratamentos a laser e ultrassom microfocado”, finaliza a especialista.

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