Crônica: …E o Samba Resiste

Hoje 2 de dezembro, Dia Nacional do Samba, uma data que começou a ser comemorada a partir de 1964, amparada em uma lei estadual do antigo Estado da Guanabara, hoje Rio de Janeiro.

Arte: Diego Santos

Hoje com o titulo de Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil, ainda sofre discriminação, ainda é perseguido, ainda é olhado com desdém por muitos veículos de comunicação, por um lado politico fascista que insiste em querer clarear o Brasil negando sua cultura maior.

Vamos viajar no tempo, chegar na Gamboa no rio de Janeiro, enxergar o grande casarão branco e na porta dele a esplendorosa negra baiana  Ciata, a mãe do samba. Em seu terreiro abraçou a arte abraçando os notáveis compositores, Donga, Sinhô, Pixinguinha entre vários.

Anos mais tarde este novo ritmo musical vindo do maxixe, recebe além dos instrumentos de sopro os sons oriundos do tamborim, da cuíca, do surdo e das caixas,  em letras que retratam as histórias que as Escolas cariocas iriam cantar na avenida é batizado de Samba de Enredo, já existia o samba Canção, o samba da malandragem do morro o de Breque.

Os anos passam e a luta continua, mas os espaços vão se abrindo pela força da música e da arte. Os compositores dos morros do Rio, foram abraçado pela zona sul e pelos cantores da MPB, assim o mundo conhece as músicas de Cartola, Nelson Sargento, Candeia, Paulinho da Viola, João Nogueira, Martinho da Vila. Em Sampa a arte floresce, o samba rural e caipira, força o seu espaço e o mundo começa a conhecer as obras destes gigantes como Geraldo Filme, Silvio Modesto, as escolas revelam novos poetas como Talismã, Ideval, B. Lobo, Jangada, Zeca da Casa Verde. Odair Fala Macio, Zé Di  entre muitos, O Samba de Adoniran, Paulo Vanzolini, levam Sampa ao cenário nacional da música. As Entidades carnavalescas, resistiram até que o poder público acordou e abraçou a causa de sambistas como Pé Rachado, Seo Nenê, Carlão da Peruche, Madrinha Eunice, Inocêncio Mulata, Mala do Tatuapé, Xangô da Vila Maria e em 1968 foi oficializado os desfiles das nossa Entidades, mas a luta continuou com os novos bastiões, como Juarez da Cruz, Eduardo Basílio, Zezinho do Morro, ai nossas Escolas de Samba cresceram sob esta grande resistência. Hoje a música se consolida a cada ano, e as nossas Escolas em luta interna para que o nosso samba não fuja das tradições, que seria um erro e o fim de um objetivo, por isso a Resistência deve continuar.
 

Texto: Ednei Pedro Mariano

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Redação Sampa