Os desafios do atendimento odontológico durante a pandemia

São Paulo – SP 2/10/2020 – Triagens detalhadas passaram a fazer parte da nova rotina de atendimento odontológico.

O CRO-RJ (Conselho Regional de Odontologia do Rio de Janeiro) emitiu um comunicado a todos os dentistas do Estado recomendando que limitassem e restringissem os atendimentos odontológicos.

Em 16 de março de 2020, o CRO-RJ (Conselho Regional de Odontologia do Rio de Janeiro) emitiu um comunicado a todos os dentistas do Estado recomendando que limitassem e restringissem os atendimentos odontológicos, isto poucos dias depois de a OMS (Organização Mundial de Saúde) ter decretado a pandemia pelo novo coronavírus. Segundo a cirurgiã-dentista Amanda Royer Coutinho, o comunicado informava ainda que só deveriam ser realizados atendimentos em caso de urgência e emergência, para minimizar o contato com os pacientes, e assim reduzir a possibilidade de contágio cruzado.

“Essa recomendação se deu pelo fato de que os procedimentos odontológicos realizados por nós cirurgiões-dentistas e nossa equipe aumentam a chance de contaminação e disseminação do coronavírus, pois há contato direto com a saliva e sangue, além de envolver o uso de sprays de água e ar com alta pressão, que espalham pelo consultório aerossóis que podem conter o vírus e ficar em suspensão no ar”, explica Amanda. Apesar dos riscos e do comunicado oficial, a profissional afirma que muitos consultórios e clínicas se mantiveram abertos por uns dias, mas em seguida viram-se obrigados a fechar as portas por dois motivos: alguns por estarem em áreas como prédios comerciais e galerias, afetados pela obrigação do decreto estadual de fechamento, e a maioria por falta de pacientes.

O desafio estava só começando, segundo a dentista, afinal, depois de ter que suspender os atendimentos por cerca de dois meses, o retorno foi lento e exigiu uma grande capacidade de adaptação. “Triagens detalhadas passaram a fazer parte da nova rotina de atendimento odontológico. Os pacientes devem ser marcados com hora exata, deve haver aumento no intervalo de atendimento de, no mínimo, uma hora para realizar uma desinfecção cuidadosa do ambiente e evitar aglomeração na sala de espera, não pode haver acompanhante, precisa ser feita a  desinfecção dos sapatos num tapete com peróxido de hidrogênio, a temperatura é aferida e feita a higienização das mãos com álcool em gel”. A cirurgiã-dentista lembra ainda que é imprescindível por parte dos profissionais o uso correto de todos os EPIs recomendados para o atendimento seguro.

Amanda conta que por causa do medo e falta de confiança dos pacientes, especialmente os dos grupos de risco, só em agosto o fluxo de atendimentos no consultório começou a normalizar, mas ainda com todos os cuidados necessários e horários espaçados. “Apesar de todos os desafios e cuidados, é indiscutível que nós, cirurgiões-dentistas, temos uma grande responsabilidade nos atendimentos odontológicos nessa pandemia, pois não podemos deixar que nossos pacientes, principalmente os mais idosos e os dos grupos de risco, desenvolvam qualquer infecção que venha a fragilizar ainda mais a saúde deles, deixando-os mais suscetíveis aos efeitos do coronavírus”, finaliza.

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