O Menino na mangueira- Parte 2

João Ricardo nos ensaios que se seguiram se esmerou ainda mais para fazer bonito no Palácio do Samba, ele e sua dama eram em muito empenho isso fazia crescer ainda mais o volume de dança do Casal.

A Costureiras da escola estavam firmes na aplicação de novos bordados e na restauração da fantasia, ja que a mesma tinha sido usada no carnaval passado, um trabalho para  que o casal da casa se destacasse entre os demais que estariam nesta jornada.

Arte: Wesley Bj

O grande dia chegou, o ônibus luxuoso de dois andares, equipado com ar condicionado, frigobar, banheiro, tudo para o conforto dos 10 casais que representariam o melhor da dança dos paulistanos neste encontro no Rio de Janeiro, o encontro foi marcado na sede da União das Escolas de samba Paulistana, no bairro da Bela Vista, na manhã de um sábado ensolarado de janeiro.

João Ricardo com a sua fantasia empacotada chegou ao local acompanhado de sua dama e de um Diretor de Harmonia que acompanharia para ajudar na montagem da fantasia e dar a atenção ao casal, assim fez todas as entidades convocadas para esta festa.

A viagem transcorreu tranquila sem incidentes, a confraternização entre os Casais e todos da expectativa  da festa, da gravação para a Tv, da oportunidade de estarem na quadra da verde rosa carioca. Foram recepcionado com toda cordialidade pelo pessoal da técnica da emissora e os harmonias da Mangueira os Casais Paulistanos com suas fantasias ficaram no segundo andar do complexo Mangueirense, dali tinham uma visão toda da quadra, lanches, refrigerante e muita cerveja aguardavam os convidados paulistas, tudo cercado de muito carinho pelos cariocas.

as 22h. daquele sábado o surdo hum começou a tocar, a quadra já fervilhava de gente entre componentes e convidados, o grande Jamelão com sua voz forte começou entoar o hino de Mangueira, o coração do nosso João Ricardo disparou em seu ouvido…….Mangueira seu cenário é uma beleza, que a natureza criou…..um coro de mais de cinco mil vozes na batida por excelência do povo de Mangueira era um assombro de felicidade na mente do nosso garoto, parecia sonho, mas não era, se beliscou para sentir se era ele mesmo que estava ali, sorriso largo, a alegria tomou conta de seu ser.

Ja fantasiados os Casais de São Paulo foram se apresentando, recepcionados pelo Lendário Mestre Sala Lilico com sua Porta Bandeira Tidinha, sob aplausos e admiração dos presentes, um a uma, iam ganhando o terreiro de Mangueira, mostrando  melhor de si. Nosso João foi o ultimo a adentrar na pista de dança, a noite ja ia alta e se desfazendo na escuridão daquela noite memorável. Ele dançava como nunca, Apresentou seu pavilhão e foi ovacionado pela multidão que não arredava o é desta noite de samba bom, as lentes das câmeras, as  luzes adicionais da TV realçaram ainda mais as lantejoulas as pedrarias e os strass de sua fantasia, eu uma daquelas paradas dos Mestres para mostrar seu pavilhão, João Ricardo diante do palco que ficava nos fundos da quadra, não viu mais os músicos e sim o cenário que se deslumbrava ao amanhecer tirando a cortina da noite para o esplendor do morro que se tornava colorido pelo sol, neste momento entendeu o poeta que compôs a abertura do hino de Mangueira, porque aquilo não era um morro com barracos era um cenário real em uma beleza que só quem ali nasceu poderia descrever, seus olhos encheram de lagrimas e suas pernas ainda mais frenéticas em sinal de agradecimento deu o seu melhor e o retorno do publico foi imediato através de aplausos e assovios.

Assim terminou a noite do nosso Menino na Mangueira, na lendária Estação Primeira Mangueira, de Dna Zica, Carlola, Nelson Sargento, Alcione, Bethe Carvalho, Delegado, Mocinha, Neide, Mangueira do baluarte Pé Rachado, a Mangueira do nosso menino moleque, malandro na dança do Mestre Sala, João Ricardo. 

Texto: Ednei Mariano & Wesley Bj

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Artigo de

Redação Sampa