Belo Horizonte, MG 8/9/2020 – Ambas as cidades se mostram atrativas a jovens talentos que estão em busca de opções fora dos grandes centros.
A cidade mineira de Tiradentes, a 192 km de Belo Horizonte, possui pouco mais de oito mil habitantes. Integrante da rota turística das cidades históricas de Minas Gerais, o município começou a se tornar um lugar atrativo também ao público jovem ao começar a sediar eventos gastronômicos e edições da Mostra de Cinema. Hoje, são inúmeros os festivais. Ultimamente, a cidade tem focado significativamente no empreendedorismo, na chamada Economia Criativa e na Economia Digital.
A primeira, que já faz parte da rotina de Tiradentes com seus mais variados restaurantes, bares, galerias de arte e cafés, tem se estendido ao cinema, publicidade, produção musical, além, é claro, de mais eventos. Na tecnologia, o esforço vem para promover mais educação no ramo e também criar condições para que abrir um negócio nesta área na cidade seja interessante aos empreendedores. Afinal, muitos deles desejam viver em uma cidade charmosa, cheia de qualidade de vida e “cool”, como denominam os americanos que, aliás, possuem um índice, o “coolness index”, recém-criado exatamente para medir o quão descolado – ou “cool” -, é um município. Tiradentes faz parte da classificação.
Na posição de número oito, Tiradentes se mostra atrativa a jovens talentos que estão em busca de opções fora dos grandes centros. O jovem empresário Marcos Paulo Siqueira, sócio de um escritório de design em Belo Horizonte, já está de malas prontas. “Tiradentes vai me abrir portas em qualidade de vida e no contato com turistas – pessoas interessantes de vários estados e países”, conta. “Com meus funcionários trabalhando online, vou dirigir minha agência de lá, enquanto mantenho menor estrutura na capital”, destaca o empresário.
Além de Tiradentes, outra cidade mineira, Santa Rita do Sapucaí, no sul do estado, foi classificada no quarto lugar. Conhecida como Vale da Eletrônica, Santa Rita é berço do Instituto nacional de Telecomunicações, o Inatel, principal faculdade de engenharia e computação da América do Sul, e conta com mais de 150 startups de tecnologia. O município tem longa tradição em receber jovens “antenados” de todo o país, com infraestrutura que vão de dois teatros com capacidade para cerca de mil pessoas, o Teatro Inatel e o Sinhá Moreira, a uma pista de voo livre de notoriedade internacional, gastronomia pujante e grandes eventos – como o Bloco do Urso, um dos principais carnavais do país, o HackTown, conferencia de inovação, e o festival de jazz e culinária mineira Vale Music.
O ranking citado foi criado em 2020 pelo Creative Urban Institute, organização sem-fins lucrativos fundada por ex-pesquisadores de uma grande universidade dos Estados Unidos, para levar às pequenas cidades do mundo um tipo de classificação muito comum em relação a grandes metrópoles. O estudo analisa, em municípios de menos de 130 mil habitantes, pontos como: festivais e eventos, cafeterias, microcervejarias, provedores de internet de alta velocidade, disponibilidade de alimentos direto do produtor, estabelecimentos comerciais familiares, densidade de arte de rua, tráfego, educação superior, startups, renda per capita, inflação no preço da moradia e “instagramabilidade” – termo que se refere à atratividade dos locais e arquitetura da cidade na rede social. Foram analisados 647 municípios de 20 países, levando em conta a proporção dos pontos analisados em relação ao número populacional.
Classificação:
10. San Miguel de Allende (México) – 7.212 pontos
9. Truckee (Estados Unidos) – 7.383 pontos
8. Tiradentes (Brasil) – 7.391 pontos
7. Leuven (Bélgica) – 7.489 pontos
6. Boulder (Estados Unidos) – 7.531 pontos
5. Chiang Mai (Tailândia) – 7.797 pontos
4. Santa Rita do Sapucai (Brasil) – 7.824 pontos
3. Oss (Holanda) – 8.285 pontos
2. Mullumbimby (Austrália) – 8.437 pontos
1. Charleston (Estados Unidos) – 8.737 pontos
