O Menino na Mangueira- Parte1

Imagem: Wesley Bj.

Os anos 80 iam embalados pelos ares da  democracia conquistada a poder de muitas lágrimas e morte no nosso Brasil varonil.

As Escolas de samba participaram deste processo sempre fortes e resistentes realizando seu papel social e democrático, que é de reunir em suas quadras o branco,  preto, o rico o pobre,o favelado e a socialite. Lá estavam ocupando o mesmo espaço o drogado o careta e o intelectual, todos em torno da grande árvores cheia de galhos que são estas vertentes, o baobá do samba, a árvore do samba, onde há espaço para todos em uma convivência pacífica e de respeito.

è dia de ensaio para o desfile que se aproximava, e lá estava João Ricardo nosso personagem principal deste conto.

Um negro com seus um metro e noventa, magro esguio, camisa social branca, calça de linho com pregas na cintura em uma brancura de arder os olhos, sapatos de verniz vermelho e branco, parecia um espelho nos pés do mancebo. Com a malandragem que um bom mestre sala deve ter, ele conduzia sua dama, com maetria e cumplcidade iam os dois bailando e chamando a atenção para o Pavilhão, com mesuras e passadas largas atraia a atenção dos que se acotovelavam na noite festiva no terreiro do samba. João Ricardo não se fazia de rogado, quanto mais chamava a atenção maior volume dava para sua dança, assim era o preparo do nosso Mestre sala para o grande desfile,

Certa vez ao final de mais uma noite gloriosa de dança, João Ricardo foi chamado a sala do Presidente, este satisfeito com o empenho do rapaz deu a boa notícia. Ele ao lado dos outros Casais do grupo principal das Escolas de Samba de São paulo, fora convidado para se apresentarem na quadra da Estação Primeira de Mangueira no Rio de Janeiro, em noite de festa e uma gravação especial para a Rede Manchete que detinha os direitos de transmissão do desfile.

João Ricardo, ficou paralisado com a notícia, não cabia em si de felicidade, iria realizar seu sonho que era apenas conhecer o Palácio do Samba, nome oficial da quadra da Mangueira, e além de estar lá iria riscar com sua dança aqule solo sagrado do samba, estava maravilhado e sua mente fervilhava na possibilidade de conhecer o grande Mestre Sala Lilico e sua Porta Bandeira Tidinha, escutar um samba ao vivo cantado pelo grande Jamelão, era um sonho e deste sonho não queria acordar em pensar estar na capital brasileira do samba era um presente imaginável para este garoto da paulicéia que a cada anos vinha conquistando seu espaço no cenário das escolas de  samba.

Fim da Primeira Parte

Texto: Ednei Mariano & Wesley Bj 

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Artigo de

Redação Sampa