Lendas do Maranhão: Conheça a história das princesas turcas Mariana, Jarina e Herondina

ilustração princesas turcas - lendas do Maranhão
Imagem Ilustrativa

O Brasil é rico em lendas, muitas delas são provenientes das regiões norte e nordeste, nos quais diversas já viraram enredos de escolas de samba. A história das três princesas, tem origem do Oriente Médio e Região Ibérica.

A Colorado do Brás levou para a avenida em 2020 a história de Dom Sebastião de Portugal, que após um confronto com os Mouros em 1578, foi derrotado e seu corpo desapareceu. Em Al Kasr Al Kebir (Marrocos), existe uma aldeia chamada Suakem, este local foi onde ocorreu a batalha, foi construído um obelisco em memória do Rei. Nosso país tem uma vasta diversidade cultural de muitos imigrantes, no qual se misturaram com as regionais. Com influências muçulmanos que vieram para o Brasil, diversas histórias e lendas foram se proliferando, e no Maranhão não foi diferente.

Uma das versões da lenda diz que existia um sultão turco chamado Darsalam, ele tinha a esperança de reconquistar territórios perdidos por reinos inimigos em batalhas. Foi quando ele decidiu enviar suas três filhas para um reino amigo para conquistas de novas terras, as princesas turcas conhecidas no Maranhão como: Mariana, Herondina e Jarina. O destino das princesas era o país árabe chamado Mauritânia, mas para o espanto de todos, elas nunca chegaram ao destino final, foram aguardadas por dias, meses, anos, mas desapareceram.

Durante a viagem conta-se que as princesas passaram pelo Estreito de Gibraltar (ligação entre o Mar Mediterrâneo com o Oceano Atlântico), que era conhecido como um portal sagrado de outras esferas, onde elas deixaram o mundo real para entrarem em um mundo encantado. 

No “Rio das Amazonas”, foram despertadas do sono profundo, e encontraram a sacerdotisa Tapuya que chorava a perca de seus filhos: “ Minhas lágrimas são o Rio… Eu sou a barreira do Mar, Eu sou a Pororoca , Defendo meu povo contra a maldade que chega do mar, mas vocês princesas Turcas podem entrar nestas Terras.

Recepção da Pororoca

O povo que conta a lenda fala que elas entraram em uma região onde quem entra não saí nunca mais. Os portais existentes no popular do Maranhão são: matas; espelhos d’água, rochas; cavernas, entre outros.

Vários estudiosos brasileiros especialistas em lendas regionais, se basearam em alguns fatos históricos que diziam que no começo de 1500 o espanhol Vicente, visitou o litoral do Pará, onde levou muitos escravos indígenas para a Europa. Contam que por isso a sacerdotisa indígena que recebeu as três princesas, chorava muito até transformar em Pororoca (para os povos da Amazônia a Pororoca representa “Defesa contra estrangeiros“, onde invasores violam a cultura e a influência da mata).

Falam que a princesa Jarina, não estava contente com as matas do Pará e resolveu se esconder na corte de Dom Sebastião, já encantado na Ilha dos Lençóis e a Ilha Maiaú (se encontra à 160 Km de São Luís). A lenda diz que o palácio da corte era feito de ouro, cristais, esmeraldas e pedras preciosas. E no dia 4 de agosto, data que aconteceu a Batalha de Kiber, o Rei Dom Sebastião surge quando escurece em seu cavalo, com espada e um belo uniforme de gala.

A história das três irmãs turcas, Janira, Herondina e Mariana, que foram encantadas na Praia dos Lençóis, no Maranhão, além de ser uma lenda, virou prática religiosa de matriz afro-brasileira, onde são homenageadas e cultuadas todos os anos em diversas regiões do norte e nordeste do país.

Fonte Anthony Rasib

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Redação Sampa